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3/26/2007

O "Grande" Português

Pois é, parece que tal como esperado, o eleito "Grande Português" foi o Dr. Oliveira Salazar, ex-ministro das Finanças e Ditador de Portugal.

O resultado pode ter várias interpretações, mas a que aqui demonstro é a minha.Parece-me óbvio que com a falta de qualidade do nosso ensino, e com a falta de interesse que a população em geral tem pela História deste País grandioso, o "Grande Português" seria sempre alguém do século XX, visto estar mais presente na memória e por isso ser mais "confortável" votar nessa dita personagem.

Antes de ir ao Salazar, congratulo-me pelo facto de Aristides de Sousa Mendes ter ficado em 3º lugar, ele que era uma personagem que se calhar a maior parte da população desconhecia, e que passou se calhar um pouco incógnito na nossa História e que teve agora o destaque que merecia.
Quanto a Salazar, houve quem votasse nele apenas por não querer que Alvaro Cunhal ganhasse, houve quem votasse nele para mostrar à classe política que eles são tão fraquinho que até de um Ditador já se tem saudades, houve quem votasse nele apenas por ser adepto do Fascismo, enfim...

Quanto a mim, e para concluir, não foi apenas Salazar que venceu, foi a nossa classe política que teve uma derrota estrondosa, e foi a revolta da população em geral que saiu por cima...

P.S. - Ou deixam de convidar a Dra. Odete Santos para programas televisivos ou então coloquem-lhe um ançaime ou deêm-lhe tranquilizantes, porque aquela Sra. por onde quer que passa só sabe é armar peixeirada, embora respeite a cultura que ela demonstra possuir, mas aquele estilo brejeiro e de peixeirada já não se usa... ou pelo menos não devia...

1 comentário:

Ricardo disse...

Num país a cair de podre em vários domínios governativos, não podia ser outro o vencedor: um ditadorzeco podre e com falta de equilíbrio na hora de sentar o rabinho na cadeira.
A insatisfação reinante em relação aos sucessivos governos desde 1974 e a total desconfiança nas capacidades sinceras dos políticos em fazer realmente deste país algo mais do que um macaco da república das bananas com a gravatinha da União Europeia, vieram provar-nos (como se não soubessemos já!) que até um medíocre ditador pode "ganhar" a Pessoa, Aristides de Sousa Mendes, D. João II, Camões, Infante D. Henrique, entre outros.
É lógico que nestas votações os mais votados costumam ser os mais recentes. Tem lógica que assim seja. E é por isso que nos três primeiros lugares ficaram três personalidades do século XX Português (excelente 3º lugar para Aristides: tinha ideia que pouca gente o conhecia em Portugal...pelos vistos, nem tanto assim).

A escolha do homem de Santa Comba Dão não demonstra grande inteligência ou cultura história por parte de muitos portugueses, mas vem revelar uma tendência: as pessoas preferem despotismo a insegurança; ordem a anarquia social. É preocupante a escolha, não o é a motivação.

Há ainda um factor que me preocupa nesta democracia, e vem do lado comunista: Odete Santos é um papagaio contínuo. É de uma "peixeirada", como diz o Rui, atroz. É ridícula. Mas nem é isso que me preocupa mais. Acho profundamente irritante e incongruente que uma mulher que supostamente apela aos instintos democráticos dos portugueses se levante - na hora do anúncio do primeiro classificado - e diga esta coisa aberrante: "É proibido o incentivo público ao fascismo!!!". Se Cunhal ganhasse... não seria proibido o incentivo público ao comunismo? É que ainda ninguém se esqueceu de Estaline. Gulag, Sibéria, 18 milhões de mortos... está recordada, Odete Otária?

O grande despautério da democracia é este mesmo: votar até num homem que não permitiria uma votação deste tipo. É assim o jogo. Se o quisermos jogar, jogamos; se não... volta-se ao Estado Novo e começa-se uma vez mais a lutar contra todo o tipo de atentado Às liberdades individuais. A História é ciclíca e a estupidez eterna...